A depressão é um problema de saúde habitualmente caracterizado por um permanente estado de desânimo e de desinteresse pela vida.
É diferente de estar triste. A tristeza é uma emoção normal que surge em resposta a acontecimentos negativos.
A depressão, embora possa ser gerada por acontecimentos negativos, é um estado que se instala de modo permanente e que dificilmente muda.
Qualquer pessoa pode sofrer de depressão,
independentemente do seu estatuto social, sexo, idade e/ou profissão.
A fadiga física e mental provocada pela depressão pode causar falta de vontade, não só para trabalhar, como também para atividades de lazer.
A lentidão de raciocínio e as dificuldades em tomar decisões de que algumas pessoas se queixam são provocadas pela depressão, não são características da pessoa.
Ao contrário da mensagem passada por mitos do género "só quem é fraco é que...", a realidade é que o humor deprimido e todos os sintomas associados à perturbação depressiva não estão relacionados com fraqueza. Estar num período de vulnerabilidade, reconhecer isso e procurar o apoio necessário são sinónimos de coragem.
A depressão tem dois sintomas principais (APA, 2014):
Humor depressivo ou em baixo
Perda de interesse ou prazer por atividades que anteriormente eram positivas.
O humor depressivo e/ou a perda de interesse duram pelo menos duas semanas, na maior parte do tempo.
Basta a presença permanente por pelo menos duas semanas de um destes sintomas para poder estar com uma depressão.
Além destes sintomas, podem existir outros que variam de pessoa para pessoa, como:
Baixa autoestima;
Culpa;
Dificuldade de concentração;
Falta de energia ou cansaço;
Lentificação ou agitação;
Insónia ou tempo excessivo a dormir;
Alterações de peso.
As pessoas que desenvolvem depressão têm uma propensão para desenvolver desequilíbrios bioquímicos no cérebro que as incapacitam de se sentirem bem com elas próprias. Habitualmente, corresponde um défice na produção de serotonina e dopamina.
Certas características psicológicas podem tornar a pessoa mais vulnerável a desenvolver depressão.
Entre elas, destacam-se:
Perfecionismo
Estilos de personalidade ansiosos
Autocríticos e autocentrados
Baixa tolerância à frustração
Hipersensibilidade à rejeição
Medo e evitamento de situações sociais
Dificuldade em regular as emoções
Os primeiros episódios depressivos são habitualmente antecedidos por experiências negativas como, por exemplo, perda de emprego, morte de um ente querido, dificuldades financeiras, conflitos em casa ou no trabalho, traumas de vários tipos.
Acredita-se que problemas como a dor e doença crónicas, perda de funcionalidade, certos medicamentos, doenças do sistema nervoso, doenças infecciosas, oncológicas e hormonais possam constituir fatores que vulnerabilizam a pessoa para o desenvolvimento de depressão.
Vários modelos de intervenção psicológica/psicoterapia, como a Terapia Cognitivo-Comportamental (Barlow, 2014; Beck, 2020) e a Terapia Focada nas Emoções (Greenberg & Goldman, 2019) estão cientificamente validados como tratamentos eficazes para as perturbações de depressão, complementados sempre que necessário com tratamentos farmacológicos (exemplo: antidepressivos).
Dependendo da severidade e da tua disponibilidade física e psicológica, algumas atividades podem ajudar a reduzir o impacto dos sintomas depressivos (Leal, 2018; Leahy et al., 2012).
Algumas dicas para o teu bem-estar devem incluir, por exemplo:
Prática de exercício físico
Alimentação saúdavel
Rotina de sono
Evitar o consumo de álcool/drogas
Conviver socialmente
Atividades de lazer
Práticas de relaxamento
Em situações particulares, estas atividades permitem por si só uma melhoria significativa dos sintomas depressivos.
Se sentires que sofres de depressão, deves procurar ajuda especializada (exemplo: psicólogo, psiquiatra) e fazer uma avaliação psicológica. Esta avaliação permite diagnosticar adequadamente o problema e definir o tratamento mais apropriado.
O Centro de Apoio e Serviço Psicológico (CASP) disponibiliza consultas gratuitas de avaliação e apoio psicológico e psiquiátrico aos estudantes da UMAIA e do IPMAIA, no âmbito do projeto WELL.Be 2.0.